Como o Agronegócio se relaciona com o mercado de carbono?


Como o Agronegócio se relaciona com o mercado de carbono?

O Agronegócio brasileiro possui um compromisso com a sustentabilidade e com a transição rumo a uma economia de baixo carbono. Longe de ser parte do problema, o setor se apresenta como um aliado essencial na luta global contra as mudanças climáticas. Graças à sua capacidade de sequestrar carbono, ao uso consciente dos recursos naturais e à adoção de práticas produtivas mais equilibradas, o Agro vem ocupando um papel cada vez mais estratégico — especialmente com a COP30 batendo à porta do Brasil.

Mesmo que, por ora, a agropecuária primária esteja fora do escopo obrigatório do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE), em razão das dificuldades técnicas de medir com precisão suas emissões, o setor já mostra que está pronto para contribuir de forma concreta. E faz isso por meio da geração de créditos de carbono, resultado de práticas sustentáveis no campo.

É fundamental reconhecer o valor econômico dos ativos ambientais, como florestas preservadas e os serviços ecossistêmicos. A restauração de áreas degradadas, o uso crescente de biogás, técnicas como ILPF, aplicação de biochar e outras inovações verdes não são ideias futuras — elas estão em andamento, transformando a paisagem rural.

No entanto, para que o país avance de verdade, é essencial adaptar metodologias e métricas às realidades dos biomas brasileiros. Ferramentas que funcionam bem lá fora nem sempre fazem sentido aqui. Precisamos de calculadoras de carbono pensadas para o Cerrado, para a Caatinga, para a Amazônia. Sistemas de monitoramento mais precisos e critérios de adicionalidade que estejam em sintonia com nossas leis e realidades locais também são indispensáveis.

Outro ponto que não pode ser ignorado: a regulamentação do SBCE precisa ser clara, garantir segurança jurídica e promover inclusão social. Pequenos e médios produtores devem ter vez e voz nesse processo. Para isso, mecanismos financeiros como a CPR Verde, os títulos verdes e os Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA) são peças-chave para mostrar que sustentabilidade também pode ser rentável.

Capacitar tecnicamente os produtores é mais do que importante — é urgente. Eles precisam entender o funcionamento desse novo mercado, com acesso a informações traduzidas para uma linguagem direta, além de programas de formação que façam sentido para sua realidade.

A COP30 no Brasil não é apenas um evento. É uma chance de mostrar ao mundo que o país pode liderar uma nova era da agricultura sustentável, tornando-se referência global em práticas de baixo carbono. Para isso, precisamos de um marco regulatório moderno, investimento em pesquisa e inovação, e de uma mensagem clara que coloque o Brasil no centro das soluções climática




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