Paty do Alferes pronta para se tornar o Vale do Tomate do Brasil
Municipio tem tudo para liderar essa transformação com inovação, inclusão e inteligência territorial
Colabore com a manutenção da TRIBUNA DA IMPRENSA: pix@tribuna.com.br Um projeto ousado e inovador começa a ganhar forma no coração do centro-sul fluminense. Em Paty do Alferes, município conhecido por sua tradição agrícola, nasce uma articulação para sediar um polo agroindustrial do tomate capaz de transformar a economia regional e reposicionar o município como referência nacional em inovação no campo.
Com uma produção estimada de 14 mil toneladas de tomate por ano, envolvendo inicialmente cerca de 260 produtores rurais, o projeto prevê não apenas o cultivo, mas também o processamento industrial e o aproveitamento integral do tomate em diversas frentes: alimentação, suplementação, fármacos e cosméticos.
Do campo à indústria: o modelo de aproveitamento total
O polo contará com estrutura modular para abrigar:
- Tomates in natura (mesa, cereja, grape): 3.000 toneladas/ano;
- Derivados industriais (polpas, extratos, molhos, sopas): 7.500 toneladas/ano;
- Produtos farmacêuticos e suplementos (extração de licopeno): 2.000 toneladas/ano;
- Cosméticos naturais (sabonetes, cremes, máscaras): 1.000 toneladas/ano;
- Unidade de Transformação de resíduos em biofertilizantes orgânicos.

Essa verticalização permite não apenas agregar valor à produção local, mas garantir segurança de renda aos produtores ao longo de todo o ano, minimizando os efeitos da sazonalidade e das perdas.
Inovação no modelo de financiamento: produtor vira sócio com CPR
O modelo societário é outro diferencial. A agroindústria será estruturada como uma S.A. de capital fechado, na qual os próprios produtores poderão se tornar sócios mesmo sem dispor de capital à vista.
A proposta é que eles subscrevam ações da empresa com integralização futura via CPR (Cédula de Produto Rural), com prazo de até 5 anos, conforme estabelece a Lei das S.A. n° 6.404/76. Essa CPR poderá ser quitada com os dividendos que receberão da própria agroindústria. Ou seja, eles entram no negócio, produzem com assistência e estrutura garantidas, colhem e recebem pelo que ajudaram a construir.
”O produtor deixa de ser apenas fornecedor e passa a ser parte do negócio. Ele planta, colhe e lucra com a agroindústria que ajudou a criar”, explica Flavyo Cunha, Presidente do IVAARJ - Instituto de Valorização Agrossocial e Ambiental do Rio de Janeiro, que coordena o Consórcio promotor desta iniciativa.
A S.A. deverá seguir um modelo de governança equilibrada, com 50% das ações destinadas aos produtores, cooperativas, associações e demais agentes do ecossistema como operadores de logística e profissionais liberais, e os outros 50% voltados a investidores estruturados, idealmente por meio de FIPs ou FIAGROs.
Escola Técnica: a inteligência do ecossistema
Outro pilar da proposta é a criação, no mesmo CNPJ da holding, de uma escola técnica agrícola sem fins lucrativos, que funcionará como centro de formação e qualificação de mão de obra local.
A escola servirá também como plataforma de acesso a políticas públicas, convênios, incentivos fiscais e formação de jovens empreendedores rurais, técnicos em agroindústria, operadores de estufas e especialistas em rastreabilidade e agroecologia.
“Esse braço educacional é o coração do ecossistema. Não se trata só de produzir tomate, mas de formar gente, gerar conhecimento, garantir permanência e dignidade no campo”, resume Márcio Leal, Diretor de Comunicação do IVAARJ.
Números do Projeto
Produção estimada: 14.000 toneladas/ano
Investimento necessário: R$ 20 milhões
Faturamento bruto anual projetado: R$ 12 milhões
Lucro líquido estimado: 40%
“O investimento prevê além de capital de giro, um apoio adicional aos produtores no valor de até 10% do custo de seus sistemas de cultivo protegido, garantindo a inclusão produtiva e a viabilidade técnica para pequenos agricultores que desejam aderir ao modelo, mas não dispõem de recursos iniciais”, explica Alexandre Knust, Diretor Financeiro do IVAARJ.
Uma nova vocação regional
O projeto posiciona Paty do Alferes no centro de um cinturão agroalimentar estratégico que abrange ainda os municípios de Miguel Pereira, Paraíba do Sul, Vassouras, Areal, Sapucaia, Três Rios, Engenheiro Paulo de Frontin e Mendes.
A localização privilegiada, a cultura agrícola tradicional e a vocação para produtos de valor agregado tornam a região ideal para receber investimentos em agricultura protegida, processamento e logística especializada.
Convite à participação
A articulação do polo está em andamento, e os idealizadores convidam produtores, investidores, universidades, prefeituras e instituições técnicas a se unirem ao projeto.
“Nosso objetivo é gerar riqueza com justiça. Um modelo onde o agricultor tenha acesso à tecnologia, ao mercado e também à governança da cadeia”, conclui Flavyo Cunha, fundador do IVAARJ.
A TRIBUNA DA IMPRENSA cumpre seu papel de difundir projetos que fortaleçam a produção rural protagonizada por pequenos e médios empreendedores dedicados a FAZER O BRASIL GRANDE DE VEZ.




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