Raízes e Horizontes
Entre o solo e o futuro há um tempo de semeadura
Por dentro da estrutura do IVAARJ
O Instituto da Valorização Agro Social e Ambiental do Estado do Rio de Janeiro – IVAARJ é hoje uma das iniciativas mais inspiradoras e necessárias do nosso tempo.
Fundado com o propósito de valorizar a agricultura, a pesca e a pecuária fluminense, o Instituto reúne lideranças e técnicos que acreditam que o Rio de Janeiro pode se tornar o berço da nova bioeconomia brasileira.
O IVAARJ nasce como uma força integradora — técnica, institucional e humana — capaz de reconectar o campo às suas vocações e de promover a transição do agronegócio tradicional para uma bioeconomia regenerativa.
Tive a honra de ser convidado pelo amigo de mais de 25 anos, Flavyo Cunha, para cerrar fileiras na construção desse projeto, certo de que é imprescindível um esforço coletivo que se articula com empreendimentos e plataformas convergentes que nosso grupo vem se dedicando: a Solo São Biotecnologia, a Plataforma AGROVIVA e a marca Sabores Brasil Agronatural.
A Plataforma AGROVIVA dá corpo digital a essa transformação. Ela conecta o pequeno produtor à sua vocação natural, integra dados de rastreabilidade, aproxima o consumidor urbano e o mercado internacional, e faz da transparência o novo insumo agrícola.
A SOLO SÃO BIOTECNOLOGIA é o braço técnico que transforma o que antes era resíduo em fertilidade — devolvendo ao solo sua dignidade e às cidades sua responsabilidade ambiental. Cada Unidade de Referência em Tratamento de Resíduos (URTR) instalada é uma semente de autonomia municipal, um microcosmo de soberania territorial e de compromisso com o planeta.
A SABORES BRASIL AGRONATURAL é o rosto dessa nova agricultura. Ela traduz o trabalho regenerativo dos produtores em produtos de qualidade superior — alimentos com origem rastreável, alma territorial e valor agregado.
Cada embalagem carrega uma história: um solo recuperado, um agricultor fortalecido, uma comunidade viva.
Mas nenhuma transformação estrutural se faz sozinha. O que o IVAARJ vem promovendo só é possível porque o Rio de Janeiro começa a compreender que precisa agir em rede.
A força das Prefeituras, que conhecem cada produtor e cada demanda do território;
a competência técnica da EMATER-RJ, da PESAGRO-Rio, da EMBRAPA e da AEARJ, que asseguram o rigor científico e a extensão rural qualificada;
o impulso empreendedor do SEBRAE, da FIRJAN e da ACRJ, que ajudam a transformar conhecimento em prosperidade;
e o espírito humanitário de instituições centenárias como a Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, que lembram que desenvolvimento também é cuidado — todos esses atores formam a base de uma nova engenharia social fluminense, em que o agronegócio e a agroecologia não competem, mas se completam.
É esse consórcio de esforços que fará o Rio de Janeiro dar certo. E quando o Rio der certo — com sua diversidade de biomas, sua vocação histórica e seu povo criativo —, o Brasil inteiro encontrará um novo rumo.
Estamos numa fase pré-operacional — o trecho mais árduo, o da construção das bases.
Mas é justamente aqui que os verdadeiros aliados se revelam: os que acreditam antes do lucro, quando a utopia ainda é tijolo e barro.
Nos pampas do Rio Grande, onde se ergue o sonho de um frigorífico-modelo que tem como protagonistas os criadores de raças europeias criadas a pasto; no cerrado do Tocantins, onde o pequi e o manganês se encontram; e nos vales fluminenses, onde cada tonelada de resíduo urbano pode se tornar biofertilizante para valiosas regiões que começam a descobrir suas vocações e indicações geográficas —
em todos esses pontos pulsa o mesmo princípio:
que o Brasil será soberano quando souber transformar seu solo em valor, e não em promessa.
Hoje, o maior desafio não é apenas o da produção, mas o da esperança. Em cada canto do estado, há trabalhadores de braços cruzados, cansados de tentar e fracassar, esperando que algo — ou alguém — volte a organizar o campo.
É nesse ponto que o IVAARJ se faz presente: como catalisador de inovação, conhecimento e fé no trabalho. Ele não substitui o produtor, mas o inspira, o integra e o equipa para o novo ciclo.
É a mão que acende novamente a luz sobre o solo — uma luz que brota do chão e se transforma em futuro.
Por isso, o IVAARJ lança este chamado aos investidores de impacto, às instituições e aos cidadãos conscientes: não é de doação que precisamos, mas de coragem.
De capital que entenda o ciclo, que aceite plantar agora para colher um país mais fértil — literal e espiritualmente.
O futuro já começou — e ele brota do chão.



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