Gui Almeida
Toma lá, dá cá.
O princípio da reciprocidade.
Muito antes de se começar a falar sobre experiência do consumidor no Brasil, eu já havia percebido que o momento de contato entre um cliente e uma marca, empresa ou produto deveria estar cercado de sensações agradáveis.
Algumas categorias de produtos, por sua própria natureza, já pertencem ao universo das experiências prazerosas.
Decidir onde e como serão as próximas férias, por exemplo, tende a ser naturalmente mais agradável do que escolher qual contador fará sua declaração do imposto de renda este ano.
Sorte do agente de viagens, que conta com esse forte aliado na hora de vender seu serviço.
Mas... e o pobre contador? Ele também tem boletos para pagar e precisa que a experiência do seu futuro cliente seja positiva para aumentar suas chances de conversão.
Como você bem sabe, meu caro leitor, comecei minha vida profissional vendendo seguros — o que, na minha opinião, só não leva o título de produto mais difícil de vender porque existem os serviços funerários.
Um detalhe curioso: vender seguro é tão desafiador que algumas seguradoras, em busca de se destacarem nesse mercado ingrato, criaram o seguro Decessos, que nada mais é do que um auxílio para despesas com o funeral do segurado.
Diante dessa sina — uma verdadeira herança de família — percebi que, para vencer na vida, eu precisaria tornar esse momento o mais agradável possível, tanto para o cliente quanto para mim.
Aos poucos, fui incorporando o bom humor ao meu discurso.
Recorrer à leveza foi a forma que encontrei de proporcionar uma experiência mais positiva aos meus clientes — e, de quebra, aumentar a simpatia por mim e pelos meus serviços.
Funcionou tão bem que passei a fazer amigos — e não apenas clientes.
E não ache que isso aconteceu por acaso. Há ciência por trás desse feito.
O gatilho mental que opera nesse momento de descontração do cliente é simples de entender: é o gatilho da reciprocidade.
Quando você oferece algo gratuitamente ao cliente — seja um bom momento, uma dica útil ou uma demonstração de empatia — ele, grato, tende a retribuir comprando o seu produto ou serviço.
Mas se usar o humor não te parece confortável, não há problema algum — esse não é o único caminho.
Ofereça algo de valor ao seu cliente: uma consultoria, um conselho genuíno, um copo d’água... ou pelo menos um sorriso.
E espere para ver o que um cliente verdadeiramente agradecido pode fazer por você — e pela sua empresa.
Boas vendas!!!



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