'Expectativa’ é o sentimento dominante nas conversas ambientais no Brasil rumo à COP30
Nova análise revela os sentimentos mais latentes no Brasil em relação ao meio ambiente
Divulgação A poucos meses da COP30, em Belém, uma análise das emoções na web revela que o Brasil é o país onde a expectativa é o sentimento predominante nas conversas ambientais e sugere que a população brasileira vê a questão com mais expectativa do que preocupação, ao contrário de outras nações latino-americanas.
O estudo, analisado pela Latam Intersect Intelligence e baseado em mais de 1,086 bilhão de dados coletados na web nos últimos doze meses, mostra que 32% das menções ambientais no Brasil refletem expectativa, superando emoções como medo e tristeza. A pesquisa é realizada por Inteligência Artificial desenvolvida pela consultora Delta Analytic BV para a área de inteligência da agência de comunicações LATAM Intersect PR. O estudo rastreia emoções em conteúdo digital espontâneo nas redes sociais e nas notícias de sites da web. Diferente de uma consulta tradicional, esta metodologia permite captar o que as pessoas pensam e sentem, sem filtros induzidos por questionários.
“A expectativa como sentimento principal no Brasil provavelmente está relacionado ao fato do evento ser realizado no país, as recentes políticas ambientais do novo governo e a saída dos Estados Unidos do pacto global. Esse sentimento pode ser uma oportunidade para impulsionar o engajamento dos cidadãos à COP30, desde que se traduza em ações concretas, e não apenas esperança”, diz Claudia Daré, fundadora da LATAM Intersect PR e especialista em comunicação estratégica.
Curiosamente, o estudo também revela que a mídia brasileira reflete ainda mais expectativa ambiental do que a própria população. Os picos de expectativa na imprensa nacional não coincidem com os momentos de maior expectativa coletiva dos cidadãos, indicando certa desconexão narrativa entre mídia e público.
Comparação regional: o que está acontecendo no México?
Em contrapartida, no México o medo domina a conversa digital sobre o meio ambiente. Com 24% das menções associadas ao medo — em comparação com 19% à expectativa— o país mostra uma percepção mais carregada de ansiedade e incerteza. Isso faz do Brasil o país com maior expectativa na análise comparativa regional.
“Diferentemente de pesquisas tradicionais, o estudo escuta em vez de questionar, capturando as conversas espontâneas e não solicitadas de milhões de pessoas. Essa metodologia nos permite entender o verdadeiro estado emocional dos cidadãos, o que representa uma ferramenta valiosa para jornalistas, governos, empresas e organizações que buscam se comunicar de forma mais eficaz”, acrescentou Daré.
O sentimento de expectativa pode se tornar um poderoso impulsionador que possa agregar, se canalizado corretamente. A chave será alinhar altas expectativas com resultados reais e sustentáveis, evitando uma lacuna entre promessas e percepções. Uma narrativa ambiental positiva pode fortalecer a credibilidade de um país anfitrião, mas também exige uma gestão transparente do progresso.
“Ouvir antes de comunicar é essencial, especialmente em questões existenciais como o meio ambiente. As emoções dominantes devem guiar as narrativas se quisermos que elas sejam eficazes e mobilizadoras”, conclui a especialista.
Sobre a análise
Baseada em mais de 1,086 bilhão de dados públicos na América Latina.
Período de observação: últimos 12 meses.
Fontes: conteúdo público da web, mídia social e mídia digital.
Tecnologia de análise emocional baseada em inteligência artificial da Delta Analytic BV, analisada pela Latam Intersect Intelligence.



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