Marcio Minguta
SuperVia, do caos à reconstrução
A chance histórica de regenerar a malha ferroviária do Rio
O Rio de Janeiro enfrenta mais uma crise no transporte urbano: o iminente colapso da operação da SUPERVIA, a concessionária privada que há décadas administra os trens metropolitanos. Para muitos, mais um desastre previsível. Para nós, uma oportunidade histórica.
O colapso da SUPERVIA escancarou uma realidade inescapável: sem uma visão de longo prazo, integrada e regenerativa, a malha ferroviária fluminense não tem futuro. Mas não basta apenas tapar os buracos e empurrar a crise com a barriga. É hora de transformar caos em reconstrução.
A oportunidade estratégica: consórcio público-privado regenerativo
O momento pede ousadia e articulação. Em andamento, um projeto capitaneado pela VIA WI-FI, gerida pela BRASIL INFOVIAS e VIDEIRAINVEST visando a criação de um consórcio público-privado misto, capaz de: assumir interinamente a operação dos trens urbanos, preparando a malha para um modelo regenerativo de longo prazo, e Integrar os ativos já existentes à proposta do Arco Metropolitano Verde, conectando os trilhos urbanos à logística interestadual e aos corredores de exportação.
Essa proposta não nasce no vazio. O Instituto Rio Metrópole já vem há anos debatendo as diretrizes para uma logística metropolitana inteligente, integrada e sustentável. Em inúmeras cidades do Brasil já se demonstra que é possível articular consórcios locais, investidores privados e instrumentos financeiros inovadores, como CPR Verde e debêntures incentivadas, para estruturar projetos de impacto.
O papel do Arco Metropolitano Verde
O Arco Verde não é apenas uma ferrovia. É uma ideia de país. Ele conecta o Porto de Itaguaí e a Baía de Sepetiba, com Arco Metropolitano do Rio de Janeiro, onde se escoam as linhas interestaduais que seguem para Minas Gerais, Bahia, Piauí, Tocantins e até o Sul do país.
Integrar os trens urbanos à visão maior do Arco Verde é transformar o transporte metropolitano em espinha dorsal de um novo ciclo produtivo e sustentável, capaz de gerar empregos, regenerar biomas, conectar vocações locais e reduzir drasticamente os custos logísticos.
Hora de agir
A crise da SUPERVIA não pode ser enfrentada apenas como um problema emergencial de curto prazo. Ela deve ser o estopim para um projeto maior, capaz de regenerar a malha ferroviária fluminense e reposicionar o Rio como centro de uma logística verde e inteligente.



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