Com votação, ONU pretende que Israel encerre ocupação na Palestina em até 12 meses

Medida pretende dar fim à guerra que ocupa a Faixa de Gaza
Agências internacionais informaram que a Organização das Nações Unidas (ONU) acolheu um pedido da Autoridade Palestina para exigir que Israel encerre a “ocupação ilegal” do território palestino em até 12 meses. O embaixador israelense na ONU chamou a resolução, que deverá ser votada hoje, de “terrorismo diplomático”. Isso significa que a ação poderá isolar Israel dias antes dos líderes mundiais viajarem para Nova York, nos Estados Unidos, para o encontro anual da entidade. Está previsto que o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu discurse na Assembleia Geral 26 de setembro — mesmo dia que o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.
A resolução foi redigida pela Autoridade Palestina e acolhe um parecer consultivo, de julho deste ano, da Corte Internacional de Justiça, afirmando que a ocupação israelense em território palestino é ilegal e deve ser retirada. Já o parecer do mais alto tribunal da ONU diz que a saída do território deve ser feita “o mais rapidamente possível”, embora a resolução da Assembleia Geral permita um prazo de 12 meses.
Vale destacar que a resolução foi a primeira a ser apresentada formalmente pela Autoridade Palestina desde que obteve direitos adicionais neste mês, incluindo um assento entre os membros da ONU na sala da assembleia. Ao mesmo tempo, a Embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, solicitou que os países votem contra. É notório que os EUA, aliados de Israel, se opõem a medidas unilaterais que possam minar a perspectiva de uma solução entre dois estados.
O parecer da Corte não é obrigatório, mas tem peso sob a lei internacional e pode claramente enfraquecer o apoio a Israel. Uma resolução da Assembleia Geral também não é obrigatória, mas carrega peso político e não há poder de veto na assembleia.
“Cada país tem um voto, o mundo está nos observando. Por favor, fiquem do lado certo da história. Com a lei internacional, a liberdade e a paz”, pediu o Embaixador da Palestina na ONU, Riyad Mansour.
Por outro lado, o Embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, criticou a Assembleia Geral por não ter condenado o ataque de 7 de outubro do ano passado protagonizado por militantes do Hamas, que desencadeou a ofensiva de Israel na Faixa de Gaza, controlada pelo grupo terrorista. Ele rejeitou o texto da resolução palestina. “Esta resolução é um terrorismo diplomático, usando as ferramentas da diplomacia não para construir pontes, mas para destruí-las”, ele afirmou.
A Assembleia Geral de 2023 pediu uma trégua humanitária imediata em Gaza com 120 votos a favor. Em dezembro, 153 países votaram para exigir — em vez de pedir — um cessar-fogo humanitário imediato em dezembro. Nesta quarta-feira, quando ocorrerá a votação, é necessária uma maioria de dois terços dos presentes e votantes para aprovar a resolução.
A guerra em Gaza já forçou que seus 2,3 milhões de habitantes deixassem suas casas pelo menos uma vez, sendo que alguns tiveram que fugir até dez vezes desde que a guerra começou após o Hamas, que controla Gaza, atacar Israel, matando 1,2 mil e levando cerca de 250 reféns, de acordo com dados israelenses. Já segundo o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, os ataques israelenses no local já mataram cerca de 41 mil palestinos. Entretanto, nenhum dos dois lados chegam a um acordo de cessar-fogo, o que também resultaria na libertação de reféns.
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