Negócios Sustentáveis que transformam a cidade

Do coco ao solo fértil: como o Rio pode transformar 50 mil toneladas de resíduos em oportunidades verdes


Negócios Sustentáveis que transformam a cidade Imagem gerada por IA

Enquanto o coco verde é símbolo da vida saudável e do clima tropical que move o Rio de Janeiro, sua casca representa um dos maiores passivos urbanos invisíveis da cidade.


Todos os dias, cerca de 100 mil cocos são consumidos na orla carioca — o que equivale a 36 milhões de unidades por ano, gerando aproximadamente 51 mil toneladas de resíduos.

Mas e se esse volume fosse transformado em matéria-prima para novos negócios, gerando emprego, renda e fertilidade para o solo?


OPORTUNIDADE QUE NASCE DO COTIDIANO

O resíduo do coco, que normalmente segue para aterros sanitários, possui alto valor agregado.

A fibra longa pode ser usada na fabricação de telas agrícolas, mantas de jardinagem e biomantas de contenção de encostas.

O pó de coco é um substrato natural valorizado em viveiros, hortas e estufas.

E o resíduo fino pode ser compostado, retornando à terra como fertilizante natural.


Essa transformação simples — do coco ao solo fértil — abre espaço para um novo setor da economia verde urbana, capaz de gerar empregos locais, reduzir custos públicos e estimular empreendedores a desenvolver soluções limpas e tecnológicas.


Por dentro de uma Unidade Móvel de Tratamento de Coco Verde



EMPREENDENDO E INVESTINDO 

A cadeia do coco verde abre espaço para todos os perfis de empreendedores — do micro ao industrial.

Operadores locais podem iniciar com investimentos a partir de R$ 50 mil, estruturando pequenos pontos de coleta seletiva, trituração e venda de fibra prensada ou pó de coco para hortas e viveiros urbanos.

Já unidades de médio porte, voltadas à fabricação de mantas agrícolas, vasos, substratos e geotêxteis, demandam entre R$ 400 mil e R$ 1,5 milhão, conforme o grau de automação e escala.

Empreendimentos industriais completos — integrando desfibramento, compostagem e beneficiamento — podem superar R$ 5 milhões de CAPEX, mas atingem margens líquidas acima de 25% ao ano e se inserem em um mercado com potencial estimado superior a US$ 60 milhões anuais apenas na capital fluminense.

Além do retorno econômico, o segmento ainda permite certificação ESG, emissão de créditos de carbono e acesso a linhas de financiamento verde.


TURISMO E CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL

Há um fator adicional que amplia ainda mais esse potencial: o turismo.

Enquanto Las Vegas recebe mais de 35 milhões de visitantes por ano, Nova Iorque ultrapassa 50 milhões e Portugal já atrai quase 8 milhões, o Rio de Janeiro ainda opera muito abaixo de sua vocação.

Com o planejamento e os investimentos certos, a cidade pode facilmente dobrar o fluxo turístico nos próximos anos — o que exigirá não apenas estrutura hoteleira e mobilidade, mas também autossuficiência alimentar e ambiental.


Se cada turista, em uma estadia média de cinco dias, consumir três cocos, esse simples hábito adicionaria 15 milhões de novas unidades à cadeia produtiva.

Mais cocos significam mais oportunidades: coleta seletiva, logística reversa, reciclagem, geração de energia, compostagem, instalação e gestão de sistemas cultivos protegidos, além do desenvolvimento, fabricação e venda de diversos produtos sustentáveis.


O RIO QUE SE PREPARA PARA O FUTURO

Projetos de inovação e sustentabilidade vêm sendo estudados com apoio técnico do IVAARJ (Instituto da Valorização Agro Social e Ambiental do Estado do Rio de Janeiro), que colabora com a TRIBUNA DA IMPRENSA em ações de diagnóstico, análises e fomento a novas cadeias produtivas sustentáveis.

A meta é integrar empreendedores urbanos, cooperativas, gestores públicos e investidores, mostrando que a economia verde pode ser uma realidade no cotidiano da capital e cidades do interior fluminense.


UM NOVO OLHAR SOBRE O EMPREENDEDORISMO CARIOCA

“A cidade precisa se preparar para o futuro com soluções locais, limpas e inovadoras. O coco verde, que hoje refresca nossas praias, pode ser também a semente de um novo ciclo produtivo para o Rio de Janeiro” comenta Pedro Protásio, ativo ambientalista que vem se preparando para empreender neste segmento.


Transformar resíduos em oportunidade é de fato, mais do que um conceito ambiental — é uma estratégia de desenvolvimento econômico.

No caso do coco, trata-se de um setor que já existe, mas que ainda aguarda organização e visão empreendedora para se tornar um pilar de sustentabilidade e renda no Rio. 


A TRIBUNA DA IMPRENSA permanecerá atenta às novas tendências de negócios sustentáveis, levando aos leitores boas oportunidades que estimulem a vontade de empreender, investir e participar destes nichos promissores.


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Colabore: pix@tribuna.com.br







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