Dinheiro limpo para uma nação possível

Quem ainda ousa financiar o Brasil?


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O que paira no ar é a busca por respostas sobre o verdadeiro desafio: financiamento soberano. Há um ponto em que a retórica se esgota e o país precisa, enfim, responder com estrutura. Não com discursos, não com slogans — mas com ação real, enraizada e sustentada. E para isso, não há outra palavra-chave senão: financiamento.


Todo projeto de transformação exige lastro financeiro. Mas em um país como o Brasil, a pergunta sobre “quem financia” é sempre um campo minado. Porque, de um lado, há o capital oficial — controlado por bancos, fundos internacionais e interesses que se alimentam da dívida e da dependência. E do outro, o capital informal — alimentado por redes ilícitas que já corromperam parte do aparelho de Estado.


Onde está o dinheiro limpo? Aquele que não exige, em troca, a alma da nação?


Nos bastidores de Brasília, longe dos discursos oficiais e das câmeras de TV, há um desconforto crescente entre parlamentares que ainda desejam atuar com independência e integridade. O custo de uma campanha eleitoral se torna, a cada ciclo, mais proibitivo — enquanto o modelo legal de financiamento se mostra cada vez mais restritivo, engessado e inibidor.


As contribuições de empresas e pessoas físicas estão submetidas a regras de exposição pública, compliance e risco reputacional. Já os recursos provenientes de atividades associadas à economia informal — continuam a fluir com facilidade, bancando campanhas, estruturas paralelas e fidelidades que não passam pelo voto, nem pelo escrutínio da Justiça.


O risco é real e já em curso: em pouco tempo, o Parlamento brasileiro poderá ser, em larga medida, controlado por interesses que não respondem à Constituição, mas a financiadores subterrâneos. E com isso, não teremos apenas um Congresso corrompido — mas um sistema institucional inteiro sequestrado.


Guerra Híbrida Geopolítica 

As recentes tarifas impostas pelo presidente norte-americano Donald Trump às exportações brasileiras acenderam mais do que um alerta comercial. Ainda que travestida de política externa agressiva, a medida carrega um forte componente simbólico: um teste de lealdade geopolítica, em um mundo onde alianças estão sendo redesenhadas a cada ciclo.


As alegações que embasam a retaliação — perseguição política a Bolsonaro, riscos à liberdade democrática, questionamentos sobre o alinhamento do Brasil aos BRICS — podem até ser exploradas retoricamente. Mas o que está em jogo, na verdade, é a disputa global pelo reposicionamento das potências. E o Brasil, como grande território agrícola, energético e diplomático do Hemisfério Sul, tornou-se alvo estratégico — não pelo que fez, mas pelo que representa.


Neste cenário, cada vertente política brasileira parece pender para um eixo de poder externo: uns preferem Washington, outros Pequim. Mas nenhum parece olhar com prioridade para o Brasil real — o chão que produz, alimenta e resiste. E é justamente esse abandono silencioso que exige resposta.


Se queremos “Fazer o Brasil grande de vez”, como propõe o movimento que a TRIBUNA DA IMPRENSA vem provocando que se torne uma bússola para a retomada de territórios produtivos por todo o pais, precisamos encontrar — ou construir — esse capital soberano. Mas para isso, é preciso fazer perguntas incômodas. Como estas: 


  • Quem tem interesse real na reconstrução do Brasil sem tutela externa? 
  • Onde estão os empresários cansados de ser reféns do rentismo e das chantagens fiscais?
  • O que impede que cooperativas produtivas, instituições filantrópicas, ordens religiosas, diaspóricas e movimentos cívicos se tornem vetores de capital limpo?

E, sobretudo, como garantir que esse dinheiro não seja contaminado por estruturas paralelas de poder — sejam elas políticas, jurídicas ou criminosas?


Porque é disso que se trata. Não basta ter um bom projeto. É preciso blindá-lo. Blindar contra o sistema financeiro especulativo que corrói a economia real. Blindar contra o Estado predatório que suga o sangue de quem produz. Blindar contra os interesses subterrâneos que lavam recursos em nome do “progresso”.


A construção de um novo Brasil exige o que poucos ousam enfrentar: um novo modelo de capital. Não apenas público, não apenas privado, mas produtivo, transparente, comprometido com o território, com a verdade e com a vida real da população.


É preciso ousar sonhar com FIDCs da soberania, com crowdfunding territoriais, com fundos cooperativos blindados por cláusulas éticas, com redes mutualistas capazes de captar e redistribuir recursos fora do circuito das máfias institucionais.


Sim, pode parecer utopia. Mas entre a utopia e a capitulação, há uma coisa chamada coragem.


E se há algo que esta geração ainda pode oferecer ao país, é isso:


Coragem para romper com a lógica da dependência. Coragem para perguntar: quem ainda ousa financiar o Brasil?





Maiores informações: comercial@videirainvest.com




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