Financial Times vê no julgamento de Bolsonaro uma via para o seu fortalecimento político

Publicação britânica avalia que processo pode intensificar ainda mais a polarização política no Brasil


Financial Times vê no julgamento de Bolsonaro uma via para o seu fortalecimento político FT cita saída de filho de Jair Bolsonaro do Brasil para articular apoio internacional / Creative Commons

O Financial Times publicou uma extensa matéria, nesta terça-feira (1º), sobre o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na qual classifica o processo como “arriscado” para o contexto político nacional.

Segundo a publicação britânica, o inquérito que investiga uma possível tentativa de Golpe de Estado, longe de apaziguar, teria o poder de acentuar ainda mais a polaridade política já em curso no País.

Em entrevista ao veículo, Jair Bolsonaro teria afirmado que é vítima de perseguição política, com a intenção de tirá-lo da disputa presidencial de 2026, na qual é o nome mais forte contra o atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O FT também faz menção à saída do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) do Brasil, que se licenciou junto à Câmara dos Deputados para passar um período nos Estados Unidos. Segundo o veículo, o movimento de Eduardo seria uma estratégia para articular apoio internacional a Bolsonaro.

Como evidência, a publicação cita uma carta endereçada ao presidente Donald Trump, assinada por deputados republicanos. No documento, foi solicitado o cancelamento do visto de entrada nos EUA do ministro do Superior Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, visto pelo grupo de Bolsonaro como o grande oponente do ex-presidente.

Na análise do FT, o grande risco do julgamento seria um possível fortalecimento político de Jair Bolsonaro, elevando ainda mais a sua popularidade ao ponto de ser alçado à condição de mártir diante dos seus apoiadores, que já o consideram um mito.

Segundo o veículo, poderia acontecer a Jair Bolsonaro o que aconteceu a Donald Trump após a invasão do Capitólio, em 2021. Apesar das consequência do evento, o republicano saiu ainda mais fortalecido diante da sua base popular de apoio, sendo reeleito para o atual mandato.

A matéria também faz menção à Suprema Corte do Brasil como alvo de questionamentos, especialmente depois da anulação das condenações de Lula na Lava Jato, por conta da falta de competência dos tribunais julgadores.

Como parte das ações da Alta Corte, o FT cita o caso da cabelereira Débora Rodrigues que recebeu uma pena de 14 anos de reclusão por ter pichado de batom a estátua da “A Justiça” com frase “Perdeu, mané”, dita por um dos ministros do Tribunal.

A pena de Débora foi considerada desproporcional por setores da Direita. Moares concedeu prisão domiciliar à ré, na última sexta-feira (28).  




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