"Aposentão": Como a Inteligência Artificial Revelou o Maior Escândalo de Fraudes no INSS


Em janeiro de 2025, o governo brasileiro deu início a uma revolução silenciosa no combate às fraudes previdenciárias: a implementação de um sistema de inteligência artificial (IA) no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Desenvolvida pela estatal Dataprev, a ferramenta custou cerca de US$ 10,5 milhões e foi projetada para analisar atestados médicos e outros documentos, identificando inconsistências e padrões suspeitos que poderiam indicar fraudes. 

A IA foi inicialmente aplicada ao processamento de auxílios-doença, com planos de expansão para outros benefícios, como aposentadorias por invalidez e o Benefício de Prestação Continuada (BPC). A expectativa era que a tecnologia contribuísse para a sustentabilidade do sistema previdenciário, com uma projeção de economia de até R$ 10 bilhões em 2025.

A ferramenta demonstrou sua eficácia ao identificar um esquema de fraudes que ficou conhecido como "Aposentão". A investigação revelou que, entre 2019 e 2024, diversas associações de classe descontaram indevidamente valores dos benefícios de aposentados e pensionistas, sem autorização, por supostos serviços prestados. Esses descontos eram debitados diretamente na folha de pagamento, com base em Acordos de Cooperação Técnica (ACT) com o INSS.

A operação "Sem Desconto", deflagrada em abril de 2025 pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União, cumpriu 211 mandados de busca e apreensão em 13 estados e no Distrito Federal. Foram apreendidas 141 joias, mais de 60 veículos de luxo e R$ 1,7 milhão em dinheiro vivo. O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi afastado, e seis mandados de prisão foram expedidos, resultando em três detenções até o momento. 

A IA desempenhou um papel crucial na identificação das fraudes, analisando atestados médicos e cruzando dados cadastrais de médicos com os que apareciam nos documentos, visando identificar inconsistências como o número de registro no Conselho Regional de Medicina (CRM), a especialidade, o local de trabalho e o IP do computador de envio do atestado. 

Apesar dos avanços, a implementação da IA enfrentou desafios, como a falta de profissionais capacitados e de recursos físicos e humanos no setor público. Dados indicam que 32% dos órgãos públicos federais e estaduais não adotam inteligência artificial por não terem servidores especializados nessas áreas. 

O escândalo do "Aposentão" destacou a importância da tecnologia no combate às fraudes e na modernização dos processos do INSS. Com a IA, o governo busca não apenas economia, mas também eficiência e justiça na concessão de benefícios, garantindo que os recursos sejam direcionados a quem realmente necessita.




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