Governo Trump impõe veto a políticas de diversidade e Europa reage
Governo Trump impõe veto a políticas de diversidade; Europa reage
A administração de Donald Trump está ampliando o alcance de sua ordem executiva que proíbe programas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) dentro do governo dos EUA. Agora, fornecedores e beneficiários de subsídios americanos no exterior também devem cumprir a diretriz ou correm o risco de perder pagamentos.
Embaixadas dos EUA enviaram notificações exigindo que empresas com contratos vigentes ou propostas em análise confirmem que não operam programas de DEI. Entre os alvos estão fornecedores de serviços básicos, como água, eletricidade e catering, além de organizações culturais financiadas pelos Estados Unidos. Empresas que não apresentarem a certificação terão pagamentos suspensos.
A medida gerou reações na Europa. O Ministério do Trabalho da Espanha classificou a exigência como uma “flagrante violação” da legislação do país, que obriga empresas com mais de 50 funcionários a implementar planos de diversidade. O prefeito de Barcelona, Jaume Collboni, chamou a ação americana de uma “avalanche reacionária contra os valores democráticos da Europa”.
Na Alemanha, a BMW confirmou ter recebido uma notificação da embaixada dos EUA na Bulgária sobre sua política de diversidade. Em resposta, a montadora afirmou que continuará seguindo sua estratégia de governança social e ambiental, sem se curvar a “tendências de curto prazo”.
A França também criticou a interferência americana, destacando que o governo Trump, além do veto ao DEI, ameaça impor tarifas adicionais a empresas europeias. Desde sua posse, em 20 de janeiro, Trump tem adotado medidas que tensionam a relação transatlântica, incluindo novos embargos comerciais e revisão de alianças militares.
Harvard em investigação sobre antissemitismo
O governo dos Estados Unidos está revisando US$ 9 bilhões em contratos e subsídios federais concedidos à Universidade de Harvard, como parte de uma investigação sobre alegações de antissemitismo em seu campus.
A revisão inclui US$ 255,6 milhões em contratos diretos e US$ 8,7 bilhões em compromissos de financiamento plurianuais.
A medida faz parte de uma ofensiva mais ampla da administração Trump contra universidades americanas, especialmente as da Ivy League. No início de março, o governo já havia cortado US$ 400 milhões em fundos da Universidade de Columbia, alegando falhas na contenção de protestos anti-Israel. Além disso, a Universidade da Pensilvânia teve US$ 175 milhões bloqueados devido a políticas sobre participação de atletas transgênero.
O presidente de Harvard, Alan Garber, reconheceu que há casos de antissemitismo no campus, mas alertou que a suspensão de verbas pode afetar pesquisas científicas e tecnológicas essenciais. Ele afirmou que a universidade já vinha implementando reformas contra o preconceito e se comprometeu a cooperar com o governo.
A revisão de contratos ocorre após protestos em universidades americanas contra as ações militares de Israel em Gaza, que se intensificaram desde o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023. O governo Trump tem adotado uma postura rígida contra manifestações consideradas anti-Israel, chegando a deportar estudantes estrangeiros envolvidos nos protestos.
O Departamento de Educação enviou cartas a 60 universidades, incluindo Harvard, advertindo que elas podem sofrer sanções sob o Título VI da Lei dos Direitos Civis caso falhem em proteger estudantes judeus. A secretária de Educação, Linda McMahon, afirmou que Harvard “priorizou ideologias divisivas em detrimento da excelência acadêmica” e que sua reputação está em risco.
Harvard já havia se tornado alvo de conservadores no final de 2023, quando sua então presidente, Claudine Gay, evitou responder diretamente, em uma audiência no Congresso, se discursos pedindo genocídio contra judeus violariam as regras da universidade sobre discurso de ódio. Após a repercussão negativa, Gay renunciou ao cargo.
A ofensiva do governo Trump contra universidades reacendeu debates sobre os limites entre o combate ao antissemitismo e a liberdade de expressão nos EUA, ao mesmo tempo em que levanta questionamentos sobre o impacto de cortes financeiros na pesquisa e inovação científica.
Dia da Eleição
Nas primeiras grandes eleições desde o retorno de Donald Trump à presidência, as atenções estão voltadas para as disputas em Wisconsin e na Flórida. No estado de Wisconsin, os eleitores vão às urnas hoje para decidir o equilíbrio ideológico da Suprema Corte estadual. Os democratas apoiam a juíza liberal Susan Crawford, enquanto Trump, o bilionário Elon Musk e os republicanos estão ao lado do juiz conservador Brad Schimel. A disputa pela vaga na Suprema Corte tornou-se a eleição judicial mais cara da história dos EUA. Na Flórida, ocorrem eleições para substituir os ex-representantes republicanos Matt Gaetz e Mike Waltz. Se os republicanos vencerem no estado, isso ampliaria a estreita maioria do partido na Câmara dos Deputados.
Cory Booker
O senador Cory Booker subiu ao plenário do Senado às 19h de ontem para protestar contra ações do presidente Trump e de sua administração. “Em apenas 71 dias, o presidente dos Estados Unidos causou tantos danos à segurança dos americanos, à estabilidade financeira e às bases fundamentais de nossa democracia”, declarou o democrata de Nova Jersey. “Estes não são tempos normais na América.” Durante horas no plenário, Booker leu cartas de cidadãos preocupados com o país e pedindo ação dos legisladores. Ele também abordou possíveis cortes no Medicaid e na Seguridade Social, a eliminação de investimentos em pesquisa e ciência, a campanha da extrema-direita para demonizar e deportar imigrantes, a remoção de conteúdos sobre mulheres e pessoas não brancas dos currículos de história dos EUA e ataques à liberdade de expressão em universidades. Na manhã de hoje, Booker ainda estava discursando.
China
A China iniciou hoje exercícios militares ao redor de Taiwan como um “aviso severo e um forte impedimento contra as forças separatistas da ‘Independência de Taiwan’”, declarou o Comando do Teatro Oriental do Exército de Libertação Popular em comunicado. Os exercícios, que envolvem o exército, a marinha, a força aérea e a unidade de foguetes, ocorrem poucos dias após a visita do secretário de Defesa Pete Hegseth à Ásia, onde prometeu conter a “agressão da China” na região Indo-Pacífico. Autoridades em Taiwan condenaram as manobras, classificando-as como “imprudentes”, “irresponsáveis” e “totalmente inaceitáveis”.
Grupo de mensagens sobre o Iêmen
A Casa Branca encerrou sua investigação sobre altos funcionários de segurança nacional que discutiram um ataque militar dos EUA contra os houthis no Iêmen em um grupo de mensagens no Signal — conversa que, sem querer, incluiu um jornalista. Na segunda-feira, a secretária de imprensa Karoline Leavitt se recusou a dizer quais medidas foram tomadas, mas parece que nenhum dos envolvidos — incluindo o assessor de segurança nacional Mike Waltz e o secretário de Defesa Pete Hegseth — perderá o cargo. Jeffrey Goldberg, editor-chefe da The Atlantic, que era o jornalista presente no chat, descreveu a situação como uma grave violação de segurança nacional. “Se isso tivesse acontecido seis meses atrás, e os envolvidos fossem Tony Blinken, o ex-secretário de Estado, Jake Sullivan, ex-assessor de segurança nacional, e a ex-vice-presidente Kamala Harris discutindo um ataque iminente em algum local do Oriente Médio, não acho que Pete Hegseth e Donald Trump estariam descartando o caso tão rapidamente.”
A administração de Donald Trump está ampliando o alcance de sua ordem executiva que proíbe programas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) dentro do governo dos EUA. Agora, fornecedores e beneficiários de subsídios americanos no exterior também devem cumprir a diretriz ou correm o risco de perder pagamentos.
Embaixadas dos EUA enviaram notificações exigindo que empresas com contratos vigentes ou propostas em análise confirmem que não operam programas de DEI. Entre os alvos estão fornecedores de serviços básicos, como água, eletricidade e catering, além de organizações culturais financiadas pelos Estados Unidos. Empresas que não apresentarem a certificação terão pagamentos suspensos.
A medida gerou reações na Europa. O Ministério do Trabalho da Espanha classificou a exigência como uma “flagrante violação” da legislação do país, que obriga empresas com mais de 50 funcionários a implementar planos de diversidade. O prefeito de Barcelona, Jaume Collboni, chamou a ação americana de uma “avalanche reacionária contra os valores democráticos da Europa”.
Na Alemanha, a BMW confirmou ter recebido uma notificação da embaixada dos EUA na Bulgária sobre sua política de diversidade. Em resposta, a montadora afirmou que continuará seguindo sua estratégia de governança social e ambiental, sem se curvar a “tendências de curto prazo”.
A França também criticou a interferência americana, destacando que o governo Trump, além do veto ao DEI, ameaça impor tarifas adicionais a empresas europeias. Desde sua posse, em 20 de janeiro, Trump tem adotado medidas que tensionam a relação transatlântica, incluindo novos embargos comerciais e revisão de alianças militares.
Harvard em investigação sobre antissemitismo
O governo dos Estados Unidos está revisando US$ 9 bilhões em contratos e subsídios federais concedidos à Universidade de Harvard, como parte de uma investigação sobre alegações de antissemitismo em seu campus.
A revisão inclui US$ 255,6 milhões em contratos diretos e US$ 8,7 bilhões em compromissos de financiamento plurianuais.
A medida faz parte de uma ofensiva mais ampla da administração Trump contra universidades americanas, especialmente as da Ivy League. No início de março, o governo já havia cortado US$ 400 milhões em fundos da Universidade de Columbia, alegando falhas na contenção de protestos anti-Israel. Além disso, a Universidade da Pensilvânia teve US$ 175 milhões bloqueados devido a políticas sobre participação de atletas transgênero.
O presidente de Harvard, Alan Garber, reconheceu que há casos de antissemitismo no campus, mas alertou que a suspensão de verbas pode afetar pesquisas científicas e tecnológicas essenciais. Ele afirmou que a universidade já vinha implementando reformas contra o preconceito e se comprometeu a cooperar com o governo.
A revisão de contratos ocorre após protestos em universidades americanas contra as ações militares de Israel em Gaza, que se intensificaram desde o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023. O governo Trump tem adotado uma postura rígida contra manifestações consideradas anti-Israel, chegando a deportar estudantes estrangeiros envolvidos nos protestos.
O Departamento de Educação enviou cartas a 60 universidades, incluindo Harvard, advertindo que elas podem sofrer sanções sob o Título VI da Lei dos Direitos Civis caso falhem em proteger estudantes judeus. A secretária de Educação, Linda McMahon, afirmou que Harvard “priorizou ideologias divisivas em detrimento da excelência acadêmica” e que sua reputação está em risco.
Harvard já havia se tornado alvo de conservadores no final de 2023, quando sua então presidente, Claudine Gay, evitou responder diretamente, em uma audiência no Congresso, se discursos pedindo genocídio contra judeus violariam as regras da universidade sobre discurso de ódio. Após a repercussão negativa, Gay renunciou ao cargo.
A ofensiva do governo Trump contra universidades reacendeu debates sobre os limites entre o combate ao antissemitismo e a liberdade de expressão nos EUA, ao mesmo tempo em que levanta questionamentos sobre o impacto de cortes financeiros na pesquisa e inovação científica.
Dia da Eleição
Nas primeiras grandes eleições desde o retorno de Donald Trump à presidência, as atenções estão voltadas para as disputas em Wisconsin e na Flórida. No estado de Wisconsin, os eleitores vão às urnas hoje para decidir o equilíbrio ideológico da Suprema Corte estadual. Os democratas apoiam a juíza liberal Susan Crawford, enquanto Trump, o bilionário Elon Musk e os republicanos estão ao lado do juiz conservador Brad Schimel. A disputa pela vaga na Suprema Corte tornou-se a eleição judicial mais cara da história dos EUA. Na Flórida, ocorrem eleições para substituir os ex-representantes republicanos Matt Gaetz e Mike Waltz. Se os republicanos vencerem no estado, isso ampliaria a estreita maioria do partido na Câmara dos Deputados.
Cory Booker
O senador Cory Booker subiu ao plenário do Senado às 19h de ontem para protestar contra ações do presidente Trump e de sua administração. “Em apenas 71 dias, o presidente dos Estados Unidos causou tantos danos à segurança dos americanos, à estabilidade financeira e às bases fundamentais de nossa democracia”, declarou o democrata de Nova Jersey. “Estes não são tempos normais na América.” Durante horas no plenário, Booker leu cartas de cidadãos preocupados com o país e pedindo ação dos legisladores. Ele também abordou possíveis cortes no Medicaid e na Seguridade Social, a eliminação de investimentos em pesquisa e ciência, a campanha da extrema-direita para demonizar e deportar imigrantes, a remoção de conteúdos sobre mulheres e pessoas não brancas dos currículos de história dos EUA e ataques à liberdade de expressão em universidades. Na manhã de hoje, Booker ainda estava discursando.
China
A China iniciou hoje exercícios militares ao redor de Taiwan como um “aviso severo e um forte impedimento contra as forças separatistas da ‘Independência de Taiwan’”, declarou o Comando do Teatro Oriental do Exército de Libertação Popular em comunicado. Os exercícios, que envolvem o exército, a marinha, a força aérea e a unidade de foguetes, ocorrem poucos dias após a visita do secretário de Defesa Pete Hegseth à Ásia, onde prometeu conter a “agressão da China” na região Indo-Pacífico. Autoridades em Taiwan condenaram as manobras, classificando-as como “imprudentes”, “irresponsáveis” e “totalmente inaceitáveis”.
Grupo de mensagens sobre o Iêmen
A Casa Branca encerrou sua investigação sobre altos funcionários de segurança nacional que discutiram um ataque militar dos EUA contra os houthis no Iêmen em um grupo de mensagens no Signal — conversa que, sem querer, incluiu um jornalista. Na segunda-feira, a secretária de imprensa Karoline Leavitt se recusou a dizer quais medidas foram tomadas, mas parece que nenhum dos envolvidos — incluindo o assessor de segurança nacional Mike Waltz e o secretário de Defesa Pete Hegseth — perderá o cargo. Jeffrey Goldberg, editor-chefe da The Atlantic, que era o jornalista presente no chat, descreveu a situação como uma grave violação de segurança nacional. “Se isso tivesse acontecido seis meses atrás, e os envolvidos fossem Tony Blinken, o ex-secretário de Estado, Jake Sullivan, ex-assessor de segurança nacional, e a ex-vice-presidente Kamala Harris discutindo um ataque iminente em algum local do Oriente Médio, não acho que Pete Hegseth e Donald Trump estariam descartando o caso tão rapidamente.”



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